Passageira abre guarda-chuva dentro do ônibus para fugir de goteira em Campo Grande
Os desafios para andar no transporte público de Campo Grande são inúmeros: de pontos descobertos, ônibus atrasados, terminais em situação precária, dentre outros. Mas em dias chuvosos, as dificuldades tornam a peleja ainda mais complicada.
Nesta sexta-feira (13), em que choveu na maior parte do dia, moradora foi flagrada tomando chuva dentro do ônibus da linha 080 (Terminal Aero Rancho – General Osório). Para evitar se molhar onde deveria estar resguardada do temporal, ela abriu seu guarda-chuva para se proteger.
Não é a primeira vez que passageiros precisam recolher ao método para se livras das goteiras dentro dos ônibus. Jornal Midiamax já noticiou situação semelhante anteriormente. “É assim querem subir o valor do passe? Isso é coisa que nós usuários do transporte passamos”, disse leitora.
O Jornal Midiamax publica nesta semana uma série de reportagens sobre a situação dos terminais de ônibus de Campo Grande. Confira as matérias sobre o Nova Bahia, Júlio de Castilho, Moreninhas, Bandeirantes e Aero Rancho.
Chuva é desafio aos passageiros
Em 4 de janeiro, Campo Grande enfrentou um dilúvio quando registrou acumulado de 159 milímetros de chuva em pouco mais de 12 horas. Se a vida do usuário do transporte público já é complicada em dias ensolarados, uma chuva capaz de alagar quase toda a cidade só aumenta os desafios, que não são poucos.
Para a gerente de loja Maikele Paim de Souza, de 28 anos, os horários dos ônibus, que já são atrasados, ficam ainda mais complicados. E, além disso, uma das principais reclamações são os pontos de ônibus descobertos.
“Quando chove os horários ficam piores, geralmente não é certo, fica mais complicado ainda. Deviam colocar mais ônibus, quando começa a chover forte a pessoa não consegue sair de casa, e aí ela perde o ônibus. Tem ponto com buraco, ficam cheios de lama ou não tem nem cobertura. Como você vai ficar esperando na chuva?”, questiona Maikele.
A reclamação pontuada pelo estudante de análise e desenvolvimento de sistemas Wescley Almeida Costa, de 18 anos, é sobre o interior dos ônibus. “A higiene [é um problema]. O ônibus fica muito sujo e os bancos ficam molhados. Você fica em pé e não tem como deixar a mochila no chão porque está sujo. Fora o calor, porque as pessoas fecham a janela e fica muito abafado, não tem um ventilador lá dentro”, comenta.
Assim como a gerente de loja, o acadêmico chamou atenção para os pontos sem cobertura. “E quando você desce do ônibus na chuva, não tem uma cobertura ou proteção nos pontos. Fora a enxurrada. Eu mesmo pego o 089, ele para em pontos que não têm nenhuma proteção”, afirma.
Alaide de Jesus Pereira, de 52 anos, disse à reportagem que a chuva causa diversos atrasos nas linhas e deixa os trajetos até chegar no trabalho ou em casa bem mais longos.
“A demora, o que mais demora falta transporte a mais, e a gente precisa ficar esperando nos pontos embaixo de chuva. Eles demoram na chuva e agora mesmo eu perdi o ônibus no terminal”, pontua.
Ela explica que pega ônibus no Centro para o Terminal Guaicurus e lá, pega o 126 para ir ao Los Angeles. “Se eu perco o do Centro, perco o do terminal também. Na chuva, eles demoram. A pandemia ainda não acabou, mas os ônibus estão lotados. Nos pontos de ônibus não tem um que você não se molha. Se vem chuva de vento, mesmo nos terminais você se molha”, disse