Ex-servidor da prefeitura filmado com suposta vítima de Marquinhos Trad é solto

O ex-servidor da prefeitura de Campo Grande preso no dia 31 de agosto de 2022, durante as investigações de suposto assédio cometido pelo ex-prefeito, Marquinhos Trad (PSD), teve a prisão revogada. Ele ganhou liberdade mediante medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. Ele foi indiciado pelos crimes de favorecimento da prostituição e coação no curso do processo. 

A decisão foi da magistrada Eucélia Moreira da 3º Vara Criminal de Campo Grande, publicada nesta quinta-feira (23), em Diário da Justiça, onde ela determina a revogação da prisão preventiva, com medidas cautelares como o monitoramento por tornozeleira eletrônica por 180 dias, além de  proibição de aproximar-se ou manter contato por qualquer meio com as vítimas; proibição de ausentar-se da comarca sem autorização do Juízo; recolhimento domiciliar noturno entre às 20h às 05h de segunda a sexta; aos sábados à partir das 14h e integralmente aos domingos e feriados.

No despacho a juíza ainda diz “O Juízo proferiu decisão à f. 969-970 e manteve a segregação do acusado, considerando a natureza dos crimes imputados e que pendia a oitiva de uma vítima. Por sua vez, diante da desistência do Parquet quanto a oitiva da vítima x e considerando que as demais vítimas já foram ouvidas no presente feito, entendo que não mais persistem os motivos ensejadores da segregação cautelar.”.

A magistrada termina dizendo que, “Ademais, o tempo de segregação cautelar serviu para recompor a ordem pública, consistente na paz social e na credibilidade da Justiça. Não há nos autos indícios de que a prisão seja ainda necessária para a garantia da instrução processual ou aplicação da lei penal, já que o réu possui endereço certo e emprego lícito e outras medidas cautelares diversas da prisão podem, neste momento processual, serem aplicadas. Assim, diante natureza do(s) crime(s) ora em apuração e suas circunstâncias faz entender adequadas e suficientes as medidas cautelares.”

Coação de vítimas

Duas vítimas relataram que no dia 18 de julho de 2022 foram procuradas pelo ex-servidor. Ele disse que tinha um ‘negócio’ bom para elas e que envolvia dinheiro, mas precisava falar pessoalmente em seu lava-jato. No dia 22, eles se encontraram e ele mandou que as mulheres desligassem os celulares e deixassem as bolsas para fora do escritório. 

Durante a conversa, o ex-servidor falou para as vítimas “deixarem para lá” a denúncia, já que tinham família, amigos e filhos e que a investigação demoraria dois anos no mínimo, não daria em nada e ainda exporia a imagem delas. Ainda segundo as mulheres, a conversa do ex-servidor era intimidadora.

Imagens da época mostravam quando o ex-servidor chegava ao cartório com uma das vítimas que era coagida para mudar a versão de seu depoimento. 

EldoNews

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